Iniciei minha prática pedagógica como professora de música. Nas minhas primeiras experiências não estava ciente da existência de metodologias e não possuía uma formação pedagógica. Minha inspiração para ensinar surgiu através da minha professora de piano quando tinha apenas doze anos de idade. Suas aulas não eram meramente técnicas, já que ao passar exercícios explicava o porquê e a necessidade da execução de determinado movimento que me levava à compreensão do mesmo na criação de habilidades, para posteriormente executar peças musicais. Só percebi esta influência anos mais tarde quando iniciei a minha prática com os meus alunos. Não bastava eu possuir os conhecimentos técnicos e teóricos (saber apenas “como” e “o que” ensinar) para a execução de algum exercício, era preciso conhecer as habilidades que os meus alunos possuíam e com eles construir uma aprendizagem eficaz.

A teoria musical é igual para todos os instrumentos, porém cada instrumento tem a sua forma específica de execução. A princípio podemos pensar que o piano é igual ao teclado. Mas mesmo esteticamente parecendo iguais, são executados de formas distintas, até porque foram criados com objetivos diferentes. São várias as diferenças entre os dois instrumentos citados.

Quero chamar a atenção para o fato de que o professor de música, neste caso, precisa saber, conhecer, experimentar essas diferenças para poder ensiná-las e, então, tornar claro para o aluno a execução de determinado instrumento. Se ele permanecer apenas com seus conhecimentos teóricos, sem ter passado pela experiência da prática, comprometerá a qualidade do ensino aprendizagem. Portanto, a aprendizagem se efetiva entre os alunos de formas diferentes e em momentos distintos.

No dicionário online Aurélio, mestre é a pessoa que ensina, pessoa que sabe muito, sábio, pessoa que domina muito bem uma profissão, uma arte, uma atividade. O significado de “professor” é: aquele que ensina uma arte, uma ciência ou uma língua. A palavra cristã, quando entendida como adjetivo, significa que professa o Cristianismo que lhe é relativo, e quando entendido como substantivo masculino significa aquele que professa a religião de Cristo. E, por fim, a palavra “educação” significa: conjunto de normas pedagógicas tendentes ao desenvolvimento do corpo e do espírito.

Ao analisar e considerar os conceitos acima, percebe-se a riqueza contida nos significados da arte da educação, principalmente quanto ao papel do professor cristão. Assim como instrução, correção e formação sugerem atitudes programadas, elaboradas e realizadas por alguém, as definições sobre os/as profissionais que fazem a educação passam várias vezes pelo termo “pessoa”. Percebe-se, então, que a educação acontece de forma relacional; passa e se concretiza através do relacionamento.

Em 2 Coríntios 3.2-3, o apóstolo Paulo descreve, em sua segunda carta aos Coríntios, que Deus habilitou em cada um/a para que fosse ministro/a da nova aliança; pessoas que irão compartilhar, falar aos outros sobre a aliança feita por Jesus para a salvação dos que creem. Ele comparou os corações a cartas escritas pelo Espírito Santo, tornando-os “cartas vivas”. Esse texto sugere que os professores cristãos transmitam uma mensagem conforme 2 Coríntios 3:5 “não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus.”

Os professores cristãos são pessoas que educam, ensinam, na busca do conhecimento com sabedoria e excelência, evidenciando seu caráter e aplicando uma metodologia bíblica de ensino e aprendizagem assegurando a formação, a transformação e o desenvolvimento integral dos alunos, preparando-os para cumprirem seus propósitos de existência de acordo com Cristo e sua Palavra.

Profª. Monica Pinz Alves
Doutora em Teologia e Religião, Mestre em Educação nas Ciências, Pedagoga. Docente na Faculdade Batista Pioneira e Diretora da Excellent Rede de Ensino.